19.4.07

Hurricane

Quem tem poder, tem aliados. Ou será o inverso? Fato é que política tem um forte caráter corporativista. Quando o eleitor aperta as teclinhas de dois em dois anos, avaliza um time completo, apesar de, muitas vezes, só conhecer o testa-de-ferro. A trama política é complexa. Este é amigo daquele, que é compadre do desembargador, que deve um favor pro deputado do PZW, que indicou o ministro da “(indi)Gestão Nacional Bur(r)ocrática” e assim a trupe segue o espetáculo, administrando o país como melhor lhes convêm.

Trata-se de uma rede enrolada ao extremo, tão cheia de nós que, às vezes, abre por si mesma. Quando alguém banca o malandro, “coisa muito rara”, acaba envolvendo uma cambada de comparsas e cúmplices. A corrupção utiliza as mesmas vias e vínculos urdidos pela política. Mas desta vez, alguém deve ter desprendido o rabo ou andou tomando uma pisada muito feia. Jogaram a m. no ventilador com toda força. Xilindró para desembargadores, juiz, procurador, delegados da Polícia Federal, advogados e até eles, acima de qualquer suspeita, os bicheiros. Em alguma ponta, a rede do "poder do mau" estourou. A casa caiu, a festa acabou, a luz apagou. E agora Medina?

Vitória da justiça, apesar do Judiciário ficar de calças curtas. Pontos para a democracia, numa operação que desbanca gente que tinha poder demais e vergonha nenhuma. O Brasil nunca imaginou que um furacão faria tão bem ao país. Tomara que os ventos continuem soprando forte e estourando a rede.

Um comentário:

Augusto Paim disse...

Puta que pariu, onde é que tu aprendeu a escrever assim?
Tem que indicar esse teu blog pra tudo que é lugar! Tá de alto nível! Formador de opinião!
Abraço!