27.7.07

O mundo gira, gira...

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Nelson Jobim não tem nada de louco, sabe que pior não ficará. A crise geral no sistema aeroviário chegou ao fundo do poço. Só aceitou o convite – depois de fazer charme – porque percebeu a fragilidade que abate o Planalto. Nosso cocheiro-chefe, de rédeas frouxas, acabou abrindo espaço para uma mão firme, uma voz austera. O novo ministro da Defesa já mostrou que diz aquilo que Lula, o bonzinho, não tem coragem de dizer. Na posse, sentenciou: “Se você errou, não peça desculpas, não se arrependa, não diga nada. Aja, ou saia. Faça, ou vá embora”. No lugar de Waldir Pires, qualquer um teria ruborizado.

Em março deste ano, o ex-ministro da Justiça de FHC foi forçado a jogar a toalha na disputa com Michel Temer pela presidência do PMDB. Viu suas chances de se candidatar ao Planalto diluídas. Nunca esperou que o mundo girasse e montasse essa situação. Com a habilidade e seriedade que tem demonstrado na gestão da crise, a grua em que Jobim subiu em Congonhas pode levá-lo ao palanque (veja a galeria de fotos da Folha Online).

O ex-presidente do STF não precisa fazer currículo. Fez mais do que assumir um cargo, sabe que pode estar em um trampolim. Pôs capacete e máscara, atravessou caminhando a Avenida Washington Luís e foi conferir de perto o palco do drama que desestabilizou a nação. Jobim subiu em ruínas para ver escombros, e foi visto por milhões de leitores e expectadores da mídia, que tem demonstrado competência (apesar da esquizofrenia). A conjuntura promete render popularidade àquele que administrar o caos.

Todos sabem que o novo ministro era candidato declarado para 2010 há poucos meses. Como teria sido a negociação com Lula? Que propostas e contrapropostas teriam surgido nas três vezes em que foi convidado para segurar o abacaxi do governo?

Um comentário:

Augusto Paim disse...

Quero postagem, quero postagem! Ehehehe.