14.8.07

Poder e atenção centralizados

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Não faltam informações sobre Hugo Chávez. Por onde anda, quem ele xinga, com quem se encontra... Porém, sinto um vazio na cobertura dos jornais brasileiros a respeito da Venezuela. Um país não se resume ao presidente. Nossa imprensa, a meu ver, está preocupada em emitir um juízo de valor. O leitor/ouvinte/espectador vê-se obrigado a tomar posição em questões que já perderam o contexto: o homem é, ou não, um ditador? Você é a favor ou contra Chávez?

Se alguém se dispõe a bancar, viajo amanhã para a República Bolivariana e alimento o Polipoliticus de lá. Quero saber o que realmente está mudando na vida do povo. Para a maioria, melhorou ou piorou? A que tipo de educação e assistência médica o pobre tem acesso? Que empresas privadas restam por lá? Que elas fazem ou pensam fazer com as mudanças no sistema? Quais as restrições de direitos civis e políticos aos cidadãos?

Reitero minha sugestão de link para saber um pouquinho sobre o país mais turbulento da América Latina. A versão online do jornal El Universal critica Chávez, mas o reconhece como presidente legítimo. Aqui você tem a opinião do Presidente da Associação de Imprensa de Madrid sobre o caso da RCTV e aqui você confere a galeria de fotos da inauguração de um viaduto, construído pelo governo, que liga Caracas ao litoral.

Um comentário:

Augusto Paim disse...

Tchê, é uma postura muito madura. Parece que os veículos simplesmente tomam uma posição e passam a cobrir tudo a partir daquela posição. Mas é uma posição muito bipolar: ou tudo é criticável, ou tudo é elogiável. Encontrar os pontos fortes e os fracos, e saber o que de bom pode-se tirar de cada posição da mídia e de cada ação do governo e do povo, no meu ver, é característica de um jornalismo correto e cidadão.