20.12.07

Elas vêm chegando!



A idéia foi do Executivo. Yeda, que não tem primeira-dama para cuidar da Assistência Social, já fundiu a Pasta com a Secretaria de Justiça e agora quer entregar as rédeas para o ‘terceiro setor’.

Em pouco tempo, Ongs qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS) poderão assumir órgãos do governo gaúcho. A Assembléia aprovou, há dois dias, o modelo de parceira entre o Estado e as entidades. A princípio, elas só tomarão conta das áreas de cultura e assistência social, nas quais o Estado concorre com a iniciativa privada.

Espera aí! Quem conseguir juntar a papelada para se credenciar poderá meter a mão em grana pública para organizar exposições, administrar teatros, criar pseudo-eventos, fazer e acontecer
Exatamente!

Enquanto durar o termo de parceria, as Ongs manejarão a estrutura estatal – incluindo edifícios, carros, equipamentos – em nome do bem social, da paz, dos direitos humanos e da solidariedade.

Eu, que até hoje não me resolvi sobre o assunto, olho desconfiado tanto para o Estado máximo quanto para o mínimo. O que espinha um pouco é esse monstro que tem cada vez mais braços e não para de crescer. Toda madame ou político já pensou em fundar um Ong, se ainda não fundou.

A descrença generalizada no Estado faz com que a sociedade desiludida avalize esse movimento. O lema é velho: já que eles não fazem, façamos nós! Não podemos esperar parados.

O que é isso? Em português claro, neoliberalismo puro, travestido de bom moço. A indústria da solidariedade veio para aquecer o mercado, gerar empregos e justificar uma penca de projetos que abocanham muita grana PÚBLICA. Quem gosta do assunto pode entender os meandros do business do bom coração no filme Quanto Vale ou é por Quilo. Veja um trechinho acima.

Nenhum comentário: