5.5.07

Alba será financiada por petrodólares

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É reunião aqui e ali, cúpula disso e daquilo. A política latino-americana movimenta-se, não em sentido único, mas vai moldando suas alianças e configurando um cenário que deve ser turbulento nos próximos cinco anos. No último fim de semana, a cidade de Barquisimeto, na Venezuela, recebeu lideranças canhotas para a 1ª Cúpula da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas). Criada há três anos, a Alba reúne Cuba, Venezuela, Bolívia e Nicarágua, e tem como propósito central integrar a política, e não prioritariamente a economia, latino-americana. O foco de Fidel e do “Chapolin de Carácas”, Hugo Chávez, é firmar convênios sociais que permitam sintonizar a ideologia do grupo e desvincular a região das instituições financeiras internacionais como FMI e Banco Mundial.

Não é difícil adivinhar o tom dos discursos em um encontro de Chávez, Morales, Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e Carlos Lage, vice-presidente cubano. Ortega praguejou o imperialismo capitalista, Evo Morales coroou Hugo Chávez como Bolívar II, chamando-o de "libertador da América", e este, por sua vez, lamentou que o petróleo latino-americano servisse, no passado, ao desenvolvimento dos Estados Unidos.

Este ano, a Venezuela tem uma meta de produção de quase três milhões de barris de petróleo por dia. Esguichando ouro negro e distribuindo dinheiro, Chávez começa a concretizar seus planos. Aproveitando a onde de nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia e em seu país, o presidente venezuelano garantiu, em Barquisimeto, suprir toda a demanda energética da Bolívia, Cuba, Nicarágua e Haiti. Ademais, 50% será financiada para a criação de um “Fundo Alba”, reservado a projetos sociais no setor agrícola, produção de alimentos e incentivos às pequenas e médias empresas desses países.

Outra forte medida política e econômica dos membros da Alba foi a decisão de se retirarem do Cirdi (Centro Internacional de Regra de Diferenças Relativas a Investimentos), vinculado ao Banco Mundial. O motivo alegado foi que as decisões judiciais do órgão não primam pela justiça, mas representam interesses de empresas multinacionais.

Também participaram da 1ª Cúpula da Alba, como observadores, o presidente do Haiti, René Préval, e a ministra das Relações Exteriores equatoriana, María Fernanda Espinosa. O Equador, comandado por Rafael Correa, adepto ao “socialismo do século 21”, já sinalizou que pretende aderir à Alba. O próprio Kirchner tem se mostrado solidário às causas do “Chapolin de Caracas”. Argentina, Venezuela e Bolívia pretendem instaurar o Banco do Sul para diminuir a dependência financeira da região.

E vem mais por aí. A 1ª Cúpula de Presidentes e Movimentos Sociais da região já foi convocada para o mês de julho, na cidade de Cochambamba, na região central da Bolívia.

E tu com isso, Lula? Melhor o muro, não é?

2 comentários:

Leonardo disse...

Com essas crianças socialistas da América Latina, melhor ficar no muro mesmo - ou, então, esperar eles agirem como verdadeiras crianças mal-criadas (se é que já não agiram) e descer do muro para combatê-los.

Acabei de olhar o "Edukators", que tu falou bastante uma vez, quando passou no Cineclube. Baita filme cara. Tem diálogos sensacionais, principalmente quando se dá o embate socialismo/juventude X capitalismo/vida adulta. E é legal que, pra mim, ele não aponta um caminho como sendo o melhor a se seguir, mas propõe a reflexão sobre os dois. O que, convenhamos, é até o que se deve fazer, deixando a escolha para cada um mesmo...

Abraço!

Andre disse...
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