12.11.07

Breitenbach, aprenda como se escreve

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Inevitavelmente, costumo mudar o conceito que tenho de uma pessoa em duas situações. Primeira, quando conheço pessoalmente alguém célebre, que antes era mito e vira gente de carne e osso. Segunda, quando alguém que conheço há muito tempo e que fez parte do meu dia-a-dia torna-se personalidade pública.

Zilá Maria Breitenbach é um caso do segundo tipo. Foi professora, igual minha mãe, e administrou a cidade que nasci, no noroeste gaúcho, por oito anos. Agora é deputada e preside o PSDB do Estado.

Viúva, Zilá é dona da rádio AM mais ouvida em Três Passos e do jornalzinho semanal mais ajeitado da região. Certo que os dois veículos foram catalisadores de campanha e arrebanharam alguns dos 25 mil votos que ela recebeu em 2006. Entretanto, é inegável que a luz própria da professorinha parece brilhar cada vez mais.

A primeira vez que apertei teclas em urna eletrônica, digitei um seguro 45. Parecia a melhor alternativa. Nunca dialoguei com a chefe do Executivo local, mas era figurinha carimbada nos Jogos da Pátria, Blumenfest e Feira do Livro. Só me dei conta que ela voaria mais alto quando um funcionário do Ministério do Meio Ambiente de FHC soube localizar minha cidade no mapa.

- Claro, Zilá esteve em Brasília recebendo prêmio pelo trabalho que faz em Três Passos.

Foi um prenúncio. Se sua carreira política vai decolar, não sei. Mas parece que adentrou o Estado-Maior do Piratini. Vale a pena observá-la e aprender a escrever seu sobrenome.


Foto: Divulgação Palácio Piratini

3 comentários:

Augusto Paim disse...

Che, tem uma máxima que não sei transcrever ipsis litteris e que também não sei a fonte. Mas é algo assim: dá o poder a alguém e aí você realmente conhecerá esse alguém.

Em todo caso, um excelente post, mostrando que tu não deixa nada passar no cenário político, inclusive regional. Em questões textuais, porém, aponto dois regionalismos (ou expressões usadas entre amigos) no segundo parágrafo: o primeiro, "ajeitado", acabou ficando muito bom, mesmo pra quem não convive contigo; o segundo, "certo que", acho que fica confuso para quem não é do Sul.

E eu trocaria, no terceiro parágrafo, o "mas era" por "apesar de Breitenbach/Zilá ser".

Bueno, se me permite essas sugestões. Ehehehe. O texto e a reflexão são bons de qualquer forma.

Grande abraço, chapa.

Leonardo disse...

Bem interessante o post cara. Vou prestar atenção na figura.

Ampliando um pouco a discussão, me incomoda o fato de que não consigo ter uma opinião firmada sobre o governo da Ieda. Por um lado, dizem que ela está cortando tudo, o que se fala que deveria ter sido feito tempos atrás. Por outro lado, comentam que ela não precisaria fazer isso de forma tão abrupta, passando por cima de coisas que não devia e não prestando atenção naquilo que realmente ajudaria a tirar nosso Estado da falência.
Aliás, até isso, o fato do Estado estar falido, parece não ser algo inquestionável...

Augusto Paim disse...

Che, estou curioso para saber tua visão sobre o caso “por que não te calas?” Da minha parte, considero “apenas” uma mostra de má educação e descortesia do Chávez, mas percebo que a mídia em geral (mas também os chefes de Estado envolvidos) está dando uma conotação simbólica ao episódio.

Tu, o que pensas a respeito?