tag:blogger.com,1999:blog-10606212744579792762024-03-12T21:01:50.174-03:00PolipoliticusTrata da política brasileira e latino-americana. Mistura informação e comentário e serviu, antes de mais nada, como instrumento de aprendizado para o signatário.Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.comBlogger49125tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-47536651874602678692008-03-26T19:52:00.004-03:002008-03-26T20:04:46.639-03:00Sopram ventos<div align="justify">Peço desculpa àqueles que visitam este rincão da internet esporadicamente. Um grande sonho profissional se realizou e o Polipoliticus deixou de ser prioridade. Há 16 dias comecei o programa de treinamento da Folha de S.Paulo e o tempo ficou mais curto.<br />Sinceramente, não sei o que acontecerá com o blog. Provavelmente se consolide como um portfólio, com atualizações mais raras do que propus em abril de 2007. Ou seja, um ano depois, este projeto terá um rumo novo, ainda incerto.<br />Este post não é despedida ou fechamento de cortinas, apenas uma satisfação aos 6 leitores fiéis.</div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-68298967644076735842008-02-29T01:21:00.005-03:002008-02-29T01:30:50.409-03:00Os "Outros" argentinos.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih3x6Oepp3g3dWjn5QbBCOpS14Ux4Fve1GodehZDlBBGf9H7AzmlLiSeS5DPriTJRV9dLyhicsQ7lG0lTqmectzzI5N97rGreFIBYObYxo-Kkpcz2tdmpM1sBYDLFrMLK-WLY9_3QfjkBJ/s1600-h/menem.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih3x6Oepp3g3dWjn5QbBCOpS14Ux4Fve1GodehZDlBBGf9H7AzmlLiSeS5DPriTJRV9dLyhicsQ7lG0lTqmectzzI5N97rGreFIBYObYxo-Kkpcz2tdmpM1sBYDLFrMLK-WLY9_3QfjkBJ/s400/menem.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5172253219796742322" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Um amigo argentino, repórter do diário <st1:personname productid="La Mañana" st="on">La Mañana</st1:personname>, de Córdoba, escreveu sobre as diferentes formas de discriminação perceptíveis em seu país. A reflexão que Daniel Zen apresenta, sobre a tentativa de construir uma identidade coletiva que ignora minorias, pode nos ajudar a entender a maneira como eles vêem a si mesmos. A pedido dele, publico no Polipoliticus com satisfação. Traduzi com meus próprios meios, o que pode ter empobrecido um pouco a versão original. Entretanto, recomendo a leitura para quem quiser entender um pouco mais do imaginário coletivo que permeia a nação vizinha.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><br /><span style=""><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoTitle" style="margin-left: 0cm; text-indent: -2.75pt;"><span style="text-decoration: none;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoTitle" style="margin-left: 0cm; text-indent: -2.75pt; text-align: center;"><span style="text-decoration: none;"><o:p> </o:p>Os “Outros” argentinos<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm -17.35pt 0.0001pt -16.5pt; text-align: center;"><b><span style=""><span style=""> </span>Breve e incômodo resumo da</span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm -17.35pt 0.0001pt -16.5pt; text-align: center;"><b><span style=""> discriminação crioula desde 1880<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm -17.35pt 0.0001pt -16.5pt; text-align: center;" align="center"><b><u><span style=""><o:p><span style="text-decoration: none;"> </span></o:p></span></u></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm -17.3pt 0.0001pt -16.45pt; text-align: justify;"><span style=""><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Ao longe, no fundo de nosso estruturante imaginário social, retumba como latido uma frase, um sentimento: “o orgulho de ser Argentinos”.<span style=""> </span>E olhamos para o céu e agradecemos. Por um momento sentimos como se nos abraçassems fortemente com cada um dos que habitam estas terras (o “Outro” generalizado) e nos fundíssemos, até convertermos em um só ser: o ideal de ser argentino.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style=""><o:p></o:p>E olhamos para a terra e despertamos. Saímos de casa e vemos com surpresa argentinos (leia-se habitantes) que não condizem com o que havíamos acabado de imaginar. Por que eles estão aqui?, se nós não somos assim...<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">E que ao longo da história, nossa sociedade se encarregou de decidir quem são mais “nós”, mais argentinos que outros. E contar essa história é contar a tradição de discriminação e intolerância de nosso país.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Será feita aqui uma breve recapitulação da marginalização crioula, a partir da época do presidente Roca (1880), levando em consideração estudos do antropólogo argentino Mario Margulis.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Apesar disso, não significa que ignore que o tratamento diferenciador já havia começado em nosso território com as aberrações cometidas pelos colonizadores ibéricos contra os nativos, em tempos anteriores à constituição da República.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Tampouco implica desconhecer que logo, o idolatrado Domingo Faustino Sarmiento, havia feito de sua aversão à população autóctone das pampas – os gaúchos – a causa nacional da “barbárie”, idéia que, por outro lado, constitui a essência dessa obra de convicções explicitamente xenofóbicas que o é “O Facundo”, infelizmente consagrada logo como um clássico da literatura romântica nacional.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoBodyText" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Mesmo que a marginalização social teve contemporaneamente várias vertentes, se dividem fundamentalmente em três, e coincidem com os processos migratórios do país.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">A primeira se sucedeu a partir de 1880 até início do século <st1:metricconverter productid="20. A" st="on">20. A</st1:metricconverter> Argentina recebeu imigrantes de diversas partes, principalmente da Europa. Eram em sua maioria gente do campo, pobre e com pouca instrução. Aí aparecem formas de discriminação sintetizadas em frases como “tano miserable”, “gallego bruto”, “turco vendemadre”. Elas desaparecem notoriamente quando os imigrantes têm filhos nascidos na Argentina.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">A segunda ocorre entre os anos 40 e 50. Nesse momento, há paralelamente duas correntes. Uma, a menor, se dá quando o país recebe judeus fugitivos do nazismo. A hospitalidade argentina os batiza rapidamente de “tacaños”, denominação em uso até hoje, mesmo de maneira sigilosa. A outra corrente, de enorme envergadura e maior efeito social, é uma migração interna do campo aos incipientes cinturões industriais das grandes cidades, que germinavam ao calor da escassez de alimentos na Europa do pós-guerra. Os aristocratas, a gente “de bem”, que via o poder escapar de suas mãos na “década infame” (1930-1940), os batizou de “Cabecitas Negras”. Será a base original do peronismo. O Estado paternalista os utilizará durante dez anos como sustento do poder, lapso em que logram certa integração social que fez diminuir a discriminação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">O terceiro grande movimento migratório se produz muitos anos depois, na época menemista. Habitantes dos países limítrofes chegam favorecidos pela convertibilidade, modelo que possibilitava enviar remessas a seus países de origem. A desculpa para discriminá-los é que roubam trabalho dos argentinos.<span style=""> </span>São os “bolitas”, os “paraguas”, os “perucas”. Estende-se também aos argentinos nortistas, como os vindos das províncias de Salta e Jujuy, fato que desnuda o fundo racial da falácia que aparecia como defensora dos interesses econômicos nacionais. Como era de se esperar, essa forma de marginalização, já sem argumentos, tendeu a se dissimular com o fim da paridade peso-dólar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Porém, a história segue em nosso tempo. E a discriminação adota uma nova forma, evolui. Já não são necessárias migrações. A raça não é mais o objeto exclusivo da discriminação. Agora, também o desprezo é para com a pobreza em geral.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">O chamado “negro” inclui os moldes anteriores de discriminação e ainda mais. Como explica Margulis, o “negro” é aquele estereotipo discriminatório que configura a não inocente coincidência da falta de posses materiais, traços mestiços e vocabulário coloquial.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">O “negro” parece ser o causador de todos os males da nossa sociedade: é o ladrão que destrói nossa suposta segurança de outrora, é o vagabundo que não quer trabalhar e então incomoda aos que querem pedindo esmola, rasgando nossos sacos de lixo e atrapalhando o trânsito.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Hoje, os “negros” são mais da metade da população. </span><span style="" lang="ES-AR">Apartheid. Palavra que designa discriminação da maioria pela maioria. </span><span style="">E não estamos falando exatamente da Índia colonizada de Mahatma. Dói, acontece, ainda que as cifras dos Kirchner não queiram evidenciar a quantidade de pobres e nós, a parte da sociedade que come todos os dias, neguemos o desprezo (desprezo é também a inércia) que mantemos com os desfavorecidos.<o:p> </o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Não é tudo. Trabalhos de Margulis atestam, além disso, que os argentinos negam de maneira tripla a discriminação.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">1 – Ao perguntar se o argentino discrimina, a resposta é não.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">2 – Ao perguntar sobre a etnia do argentino, se nega a existência do “Outro”. A população se sente parte de uma maioria branca, européia e de classe média.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">3 – Mesmo os discriminados, aos serem questionados, respondem que não se sentem marginalizados...<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: -1.05pt; text-align: justify;"><span style="">Ao longe, no fundo de nosso estruturante imaginário social, retumba como latido uma frase, um sentimento: “o orgulho de ser Argentinos”.<span style=""> </span>E olhamos para o céu e agradecemos. Por um momento, sentimos como se nos abraçassems fortemente com cada um dos que habitam estas terras (o “Outro” generalizado) e nos fundíssemos, até convertermos em um só ser... Mas deverá chegar o dia em que olharemos a terra, sairemos de casa e veremos sem surpresa esses “Outros” argentinos, que mais que outros, são nós.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText" style="margin: 0cm -17.3pt 0.0001pt -16.45pt;"><span style=""><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm -1.05pt 0.0001pt -16.45pt; text-align: right;" align="right"><span style="" lang="EN-US">Daniel Zen<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm -1.05pt 0.0001pt -16.45pt; text-align: right;" align="right"><span style="" lang="EN-US">zendaniel@gmail.com<o:p></o:p></span></p>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-4553396108765390832008-01-22T11:01:00.000-03:002008-01-22T14:42:18.840-03:00A opção do Estado asséptico.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNa3ruT0-DVn-nJ9162-bqn8djb4rvEDi-5878QMRbrwgZ-6jMg5s9g4sDwx9mB72Q4XMznXRfhVfsNH8MeMWlrKbZAuIAVIv65S-KWOI8YxO7KjXXo8Z90BgfKlXM7m-Sgby6PAKHtNB3/s1600-h/balseros.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5158305697650709682" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: pointer; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNa3ruT0-DVn-nJ9162-bqn8djb4rvEDi-5878QMRbrwgZ-6jMg5s9g4sDwx9mB72Q4XMznXRfhVfsNH8MeMWlrKbZAuIAVIv65S-KWOI8YxO7KjXXo8Z90BgfKlXM7m-Sgby6PAKHtNB3/s400/balseros.jpg" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify">Lia um suplemento de jornal quando deparei com um parágrafo que me beliscou. No texto “O prazer de dizer não”, o poeta e autor alemão Hans Magnus Enzensberger, 78 anos, refletia sobre sua trajetória fazendo um paralelo com a política de sua pátria.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify">“<em>Atualmente, a Alemanha se tornou tão habitável que é dirigida por uma dona-de-casa. Melhor assim. Tranqüilizador. Sonho com o dia em que a política será um serviço público entre outros, útil com a coleta de lixo, livre das paixões que nos fizeram tanto mal. A política não deve invadir tudo. Foi por isso, por autodefesa, que escolhi a literatura, a poesia, o amor e as viagens</em>”.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify">Não que tenha achado um disparate. Ocorre é que me preocupo tanto em avaliar os prós e contras de socialistas, liberais e populistas que há muito tempo não imaginava um Estado asséptico, desideologizado. É sonho, obviamente. Mas o utilitarismo implicado nesse parágrafo parece estar preocupado com o bem comum e se importa com as conseqüências do exercício do poder.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify">Se nos pusermos de acordo com Enzensberger, discursos comunistas, populistas, nacionalistas e nazistas viram troças, palavras sem efeito, bradadas em tom ridículo. A ideologia da desideologização pede uma postura prática e defende o fim da perseguição política. O governo deveria ser um serviço público tão discreto quanto a coleta de lixo. Na eleição, contrataríamos administradores em vez representantes de esquerda, direita ou loucos ambidestros.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify">Em tempos que não restam opções, em que o sonho marxista-leninista ruiu completamente, talvez a sugestão acima não seja despropositada. Somente os beneficiados do sistema acreditam que encontramos uma fórmula coerente e justa no capitalismo (pseudo)democrático-liberal.</p><br /><span style="COLOR: rgb(0,0,0);font-size:78%;" >Foto: </span><span style="font-size:78%;color:#008000;">site www.latinamericanstudies.org</span>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-51671673915543578192007-12-30T19:53:00.000-03:002007-12-30T20:47:10.465-03:00Suerte, Bolívia!.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPG_3HI2RPgyKXF4kdGvdB-h4RqayBsQCq-yUekhVNQ3AQXgLTx-ss-g50HVv3MGBtQ7Wo0P9PVMUJneF8fzNgoYoNkvocAbm6d_z6nBRCT5jP3ssvXdcRg632jAQh01tAI-gD_kWNUnNw/s1600-h/chargebol%C3%ADvia.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPG_3HI2RPgyKXF4kdGvdB-h4RqayBsQCq-yUekhVNQ3AQXgLTx-ss-g50HVv3MGBtQ7Wo0P9PVMUJneF8fzNgoYoNkvocAbm6d_z6nBRCT5jP3ssvXdcRg632jAQh01tAI-gD_kWNUnNw/s400/chargebol%C3%ADvia.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5149904711554962594" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><br />Não sou fã de retrospectivas e perspectivas feitas por veículos de comunicação no final do ano. Me parece uma solução para a falta de notícias nesta época em que tudo está parado. Políticos, Judiciário, times e outros geradores de manchetes estão de férias. Gostei da <a href="http://www.la-razon.com/versiones/20071230_006136/nota_276_526366.htm">proposta diferente</a> do jornal boliviano La Razón.<br /><br /></div><div style="text-align: justify;">O periódico fez duas perguntas a 30 líderes políticos, membros do governo e da oposição. A primeira testa a iniciativa das figuras: o que o senhor pode fazer para melhorar a situação do país, considerando que, em 2008, serão discutidos temas cruciais, que poderiam gerar violência? A segunda, implicitamente, quer saber qual é a disposição que eles têm para negociar: O que o senhor vê de bom em seu adversário político?<br /><br />Uma boa sacada, alinhada aos princípios do jornalismo cívico, que busca qualificar o debate político e promover a democracia. O contexto nacional boliviano clama pelo diálogo. O que preocupa é que tanto os governistas quanto os cinco prefeitos de departamentos que fazem oposição a Evo Morales não compreendem as causas que movem os adversários. Torçamos para que o ano que iniciará não seja marcado por golpes retrógrados.<br /><br /><br /><span style="font-size:78%;">Charge: Sítio do jornal La Razón</span><br /></div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-20063072627824153482007-12-21T11:45:00.000-03:002007-12-21T12:09:47.501-03:00Onde ele aprende isto?.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsvFjc1FBEtevFC6oQ9rcpYfmsyMRrlxinL1FQgaaPINCuy3k3whquZDlUvXF9u_c129q029slNM4f8YdKRQZjKP2XJ9iF8v78uXoX3nozeTaHjzsdGZsZs9oKz557tw5_GVc04kBARigh/s1600-h/Lula_fone_ouvido.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsvFjc1FBEtevFC6oQ9rcpYfmsyMRrlxinL1FQgaaPINCuy3k3whquZDlUvXF9u_c129q029slNM4f8YdKRQZjKP2XJ9iF8v78uXoX3nozeTaHjzsdGZsZs9oKz557tw5_GVc04kBARigh/s400/Lula_fone_ouvido.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5146443384526214290" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Em uma conversa com jornalistas na manhã de ontem, Lula não permitiu gravadores nem blocos de anotações. Sorte de quem tem boa memória. Falou sobre uma penca de coisas, mas a declaração sobre o Mercosul vale registro.<br /><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">O presidente defendeu o bloco, elogiou a reunião de Montevidéu e fechou à la Lula: "O filho pode não ser a criança mais bonita. Mas é nosso, e os outros não podem colocar defeitos".<br /><br /></div>Já cogito fazer uma compilação das metáforas e analogias do discurso luliano. Oito anos de pronunciamentos e entrevistas renderiam um livro.</div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-44396048463615793882007-12-20T11:21:00.001-03:002007-12-20T14:15:40.249-03:00Elas vêm chegando!<div xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml"><p><embed src="http://youtube.com/v/NxAtyFuJ9fk" width="425" height="350" type="application/x-shockwave-flash"></embed></p><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br /><br />A idéia foi do Executivo. Yeda, que não tem primeira-dama para cuidar da Assistência Social, já fundiu a Pasta com a Secretaria de Justiça e agora quer entregar as rédeas para o ‘terceiro setor’.<br /><br />Em pouco tempo, Ongs qualificadas como <a href="http://www.sebraeminas.com.br/culturadacooperacao/oscip/02.htm">Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público</a> (OSCIPS) poderão assumir órgãos do governo gaúcho. A Assembléia aprovou, há dois dias, o modelo de parceira entre o Estado e as entidades. A princípio, elas só tomarão conta das áreas de cultura e assistência social, nas quais o Estado concorre com a iniciativa privada.<br /></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Espera aí! Quem conseguir juntar a papelada para se credenciar poderá meter a mão em grana pública para organizar exposições, administrar teatros, criar pseudo-eventos, fazer e acontecer</div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify">Exatamente!</div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Enquanto durar o termo de parceria, as Ongs manejarão a estrutura estatal – incluindo edifícios, carros, equipamentos – em nome do bem social, da paz, dos direitos humanos e da solidariedade.</div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Eu, que até hoje não me resolvi sobre o assunto, olho desconfiado tanto para o Estado máximo quanto para o mínimo. O que espinha um pouco é esse monstro que tem cada vez mais braços e não para de crescer. Toda madame ou político já pensou em fundar um Ong, se ainda não fundou.</div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />A descrença generalizada no Estado faz com que a sociedade desiludida avalize esse movimento. O lema é velho: já que eles não fazem, façamos nós! Não podemos esperar parados.</div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />O que é isso? Em português claro, neoliberalismo puro, travestido de bom moço. A indústria da solidariedade veio para aquecer o mercado, gerar empregos e justificar uma penca de projetos que abocanham muita grana PÚBLICA. Quem gosta do assunto pode entender os meandros do business do bom coração no filme Quanto Vale ou é por Quilo. Veja um trechinho acima.</div></div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-26648143795433665902007-12-19T21:31:00.000-03:002007-12-20T09:58:23.405-03:00O ovo ou a galinha?.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5ZQu9MJtl1DRauY6ePlsd-okuPRRrLZ1Apvg3oprRO6wW0rOmZGfP7kK6lCWDN6D2bys5MgokKyXZCt986t765fC5AkIVIagKvIzlsCcSv1jRRgRv1vaOckONLxvFXcCHYVxAxaQdC_mT/s1600-h/charge.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5145846405546906706" style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5ZQu9MJtl1DRauY6ePlsd-okuPRRrLZ1Apvg3oprRO6wW0rOmZGfP7kK6lCWDN6D2bys5MgokKyXZCt986t765fC5AkIVIagKvIzlsCcSv1jRRgRv1vaOckONLxvFXcCHYVxAxaQdC_mT/s400/charge.bmp" border="0" /></a><br /><div> </div><div style="text-align: justify;">Achei genial. Pedi autorização e Orlandeli permitiu a publicação da charge no Polipoliticus. Quem quiser conferir mais da produção do cartunista e ilustrador, pode acessar o <a href="http://orlandeli.com.br/principalw.htm">blog</a>.</div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-5223570481954616052007-12-02T16:43:00.000-03:002008-02-09T22:06:31.045-03:00O Outro Lado.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9nVu2D4YHamL3oOjq0IwvhPuK_y_nkD-WFmwxD1cfmRvr3TO4_waNcgqTvfU5t_NgbGSeFXK626zGnhp7v-Qq_UU6xCpEVBja7TRCA7x6uqer9RVD4Q-vaIXZyNziaOA3Cy3HUsoCVmGu/s1600-r/CastroChavezMorales.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5139465051464489938" style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii6au5D5xCT56nrmwStv_Tu-LzMQ_BAZFboey1o4K7q0M4sL_6NWeZy8i_2U8RdoSNhIgno_40C8HZMLDNyhvZZSplx8PmuczTHPZiRZMtImBxBXADM0kuSwA_dWvDxwDwWCe6R20yzFeE/s400/CastroChavezMorales.jpg" border="0" /></a> <p align="justify"> </p><p align="justify"> </p><p align="justify"><br /><br />Como o colega Augusto Paim e eu mesmo achamos o último post bastante parcial, tento equilibrar a opinião sobre o discurso e as ações do presidente venezuelano. O ponto de vista não é meu. É de alguém muito mais autorizado, especializado no tema. Na última quinta-feira, entrevistei o professor de história da UFRJ e analista da Globo News Francisco Teixeira da Silva. Parte da conversa foi publicada no Diário de Santa Maria, onde trabalho com freelancer. Reproduzo aqui o que foi para o jornal. O restante vem outro dia.</p><br /><p align="justify"></p><br /><p align="justify"><strong>Gustavo Hennemann</strong> - Que momento do processo histórico vivemos na América Latina?</p><p align="justify"><strong>Francisco Teixeira da Silva</strong> - No começo dos anos 80, a maioria da população sul-americana - em Santiago, Buenos Aires, São Paulo, Rio de Janeiro e Lima - foram às ruas pedindo democracia. No continente, a democracia veio no bojo de grandes movimentos sociais, e não pelo arranjo de grupos da elite dominante, como aconteceu em outros períodos ditos democráticos da história. Significa que os grandes movimentos de democratização nesses países foram feitos por movimentos de massa. Nas duas décadas seguintes, essas demandas sociais não foram atendidas. Justamente na saída da ditadura, as pessoas passaram a ter menos empregos, empregos de pior qualidade e menos segurança cidadã. Por isso, a maioria dos latino-americanos, hoje, trocaria a democracia por mais e melhores empregos e mais segurança cidadã.<br /><strong></strong></p><br /><p align="justify"><strong>GH</strong> - Como podemos situar a figura do Hugo Chávez nesse cenário? Ele é o motor do movimento socialista da região?<br /><br /><strong>FTS</strong> - Esse movimento, que luta por uma cidadania ampliada, se apresenta mais geral. Com características diferenciadas, obviamente, mas vai da Argentina, Chile até a Venezuela. É geral, e não pode ser centrado em um caso específico [de Chávez]. Agora, evidentemente, 1998 [quando Chávez é eleito] soa um alarme.</p><br /><p align="justify"><br /><strong>GH</strong> – O socialismo do século 21 é uma nova tentativa daquilo que já não deu certo no século 20?</p><p align="justify"><strong>FTS</strong> – Por tudo o que eu vi e conversei na Bolívia e na Venezuela, os experimentos que eles estão fazendo lá são totalmente diferentes do que foi o marxismo. Não se tem mais uma doutrina materialista da história, nem uma classe condutora da história, como o proletariado. Não se tem um partido que faz a história. Em vários encontros que tive com Evo Morales, perguntei por que o movimento se chama socialismo, mesmo sabendo o que foi a União Soviética. Ele disse ‘Socialismo para mim é o que eu vi a minha avó e minha mãe fazendo juntas na terra, tentando reconstruir as formas comunitárias e a solidariedade entre as pessoas que trabalhavam no campo’. O socialismo do século 21, na compreensão dele é, sobretudo, um socialismo de expansão e desenvolvimento de formas de cooperação e solidariedade.</p><br /><p align="justify"></p><br /><p align="justify"><strong>GH</strong> - Morales e Chávez são acusados de não-democráticos. Como você enxerga essas críticas?</p><p align="justify"><strong>FTS</strong> - Isso depende do que cada pessoa entende por democracia. Se democracia é uma reunião de pessoas que falam baixo e que resolvem tudo dentro de salões atapetados, então, o que se passa na Bolívia e na Venezuela não é democracia. Acho que a questão central é: existem condições de expressão da vontade da maioria? Que condições essa pessoas têm para exprimirem seus anseios, suas aspirações? Isso tem sido respeitado? Se consideramos o conceito de cidadania ampliado, não bastam eleições regulares, diversidade de partidos e ampla imprensa para termos democracia na América Latina.</p><br /><p align="justify"></p><br /><p align="justify"><strong>GH</strong> - Até quando Lula poderá ficar "em cima do muro" em relação a Chávez e seus aliados?</p><p align="justify"><strong>FTS</strong> - Eu acredito que o Lula tem sido bastante claro, e não tem ficado em cima do muro. Ele declarou publicamente o apoio dele à candidatura da Cristina Kirchner na Argentina. Ele tem levado um projeto integracionista e de apoio a essas lideranças. Ele afirma que, para o Brasil, não servem os experimentos que estão sendo feitos na Venezuela e na Bolívia, mas diz que não tem nada contra. Seria uma arrogância querermos ensinar à população venezuelana o que é melhor para ela. Votar a favor ou contra Chávez. Isso é de uma arrogância, de um etnocentrismo absurdo. Tanto que, quando os EUA tentaram dizer o que era melhor para o Iraque, as conseqüências foram muito duras.</p><p align="justify"><br /><strong>GH</strong> - Chávez não estaria influenciando e tentando mostrar o que é melhor para outros países?<strong></strong></p><p align="justify"><strong>FTS</strong> - Convenhamos. A União Européia tem mil ações e missões atuando dentro do Brasil. Faz parte da política, como no caso do Chávez, doar combustível para pobres americanos. Ele não vai conseguir subverter o governo com alguns galões, mas não deixa de ser irônico. E, se os presidentes eleitos da Bolívia e Nicarágua pedem ajuda, não é influenciar. Faz parte do jogo. São estratégias de política de Estado. </p><p align="justify"><br /><strong>GH</strong> - Os países vizinhos e o mundo não precisam temer o reaparelhamento das Forças Armadas da Venezuela?</p><p align="justify"><strong>FTS</strong> - Chávez tem um Exército de aproximadamente 100 mil homens. O grosso das compras são corvetas, fragatas e submarinos da Espanha; aviões de treinamento comprados no Brasil; 100 mil fuzis comprados na Rússia e fardamentos comprados da China. Então, primeiro, é preciso entender que não se compra arma em geral. Antes de comprar, você precisa ter uma doutrina e um cenário de guerra. Por isso, quando se analisa o conjunto das compras do Chávez, tudo parece defensivo, e não, ofensivo. Todo ano, os norte-americanos põem um porta-aviões em frente a Trinidad e Tobago, praticamente no litoral venezuelano, onde há petróleo. A sinalização de Chávez, com a compra de armas, é que, se houver uma invasão, haverá resistência. Acusá-lo de paranóico seria irresponsabilidade se fizermos uma retrospectiva. Nas últimas décadas, os Estados Unidos invadiram uma série de países ricos em petróleo.<br />A impressão é que Fidel alertou Chávez e Morales: "Façam o que puderem agora, que os EUA estão com os pés atolados no Iraque e não podem responder imediatamente". E eles realmente estão sem capacidade de intervenção direta e imediata na América Latina pela primeira vez em mais de cem anos.</p>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-69199088192561785882007-11-23T11:48:00.000-03:002007-11-23T11:59:27.565-03:00Sigam-me os bons.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDiTtDu9RF3LO4OhLaWvOBnwQF6Ihtq0EuuHGaa9ypYLNbcyOWp0AHgor5e4BjQBUPsOXfY8uRTMxEAM1etpwiOPsdYyxT5b2wroDh873_QYNM_6GJCvvbF5wsc1EYjc9eu8xf_rRQqaZ-/s1600-h/Chapolin.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDiTtDu9RF3LO4OhLaWvOBnwQF6Ihtq0EuuHGaa9ypYLNbcyOWp0AHgor5e4BjQBUPsOXfY8uRTMxEAM1etpwiOPsdYyxT5b2wroDh873_QYNM_6GJCvvbF5wsc1EYjc9eu8xf_rRQqaZ-/s400/Chapolin.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5136049185168883810" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">É rei espanhol, presidente colombiano, Congresso brasileiro, nação estadunidense e mais uma penca de encrencas. Desde 2 de fevereiro de 1999, quando adentrou o Palácio Miraflores, Hugo Rafael Chávez Frías tem agitado os nervos de muita gente.<span style=""> </span>Militar do Partido Socialista Unido, nasceu em Sabaneta, no estado de Barinas, – provavelmente nem os venezuelanos saibam direito onde isso fica – e já virou pauta de muita reunião internacional.<span style=""></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Com 53 de idade, Chávez calcula que ainda tem cerca de 25 anos para comandar o petróleo e a política nacional. A revolução socialista que promove está avançando e pode dar um salto em dez dias, quando a reforma constitucional será votada pelo povo. Ao todo, 36 artigos serão acrescentados e outros 33 modificados – a Constituição Bolivariana de 1999 tem, ao todo, 350 artigos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ex-aliados de Chávez e especialistas prevêem a vitória governista no referendo de 2 de dezembro, quando os venezuelanos dirão “sim” ou “não” à reeleição infinita, entre outras mudanças. Segundo a imprensa local, muita gente não quer aprovar nada, mas simpatiza com o presidente. Para não contrariá-lo, se absterão, beneficiando os defensores da reforma.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""></span>Quem visitou Cuba recentemente afirma que as fotos e faixas saudando Chávez são comuns nas ruas de Havana e no interior da ilha. Tenta-se prenunciar o destino da Venezuela e acelerar o processo de socialização.<span style=""></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Apesar dos avanços políticos, acredito que a popularidade do aspirante a déspota vem se definhando na proporção em que seu discurso se radicaliza. Além de Fidel, Morales, Ortega e Mahmoud Ahmadinejad, não há muita guarida.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""></span>Por fim, ele se transformou no “Chapolin das Américas”. Apesar da auto-imagem – que tenta reproduzir – de herói, divisor de riquezas e salvador dos pobres, as performances são desastrosas, com atitudes que evidenciam um desequilíbrio ideológico e emocional. Mesmo assim, tenta resistir em tom sóbrio e austero.<span style=""></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""></span>Já está flertando com o ridículo. Só os correligionários ouvem atentos. O resto do mundo encara como banais os gritos, os desentendimentos e ameaças. Bom para Bush, Uribe, Bachelet e também para Lula, que pode ganhar ainda mais espaço e popularidade com sua “política de equilíbrio” (em cima do muro).</p>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-57292591597357636942007-11-12T23:05:00.000-03:002007-11-13T10:08:06.165-03:00Breitenbach, aprenda como se escreve.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl6GTzE7rVarD8SCd5WF_oGvaxq5ATI5jgf1UfmLnC6FMfWI5bN1FpFjwBvEZLF2cNp-ZDLH4utKlJAJKgWpmgKJItKxwzPI9-9x05APMJCxB7aiOlsh_hX_RCCUjKI7FlGaAgK5A8Ggi6/s1600-h/Zila.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl6GTzE7rVarD8SCd5WF_oGvaxq5ATI5jgf1UfmLnC6FMfWI5bN1FpFjwBvEZLF2cNp-ZDLH4utKlJAJKgWpmgKJItKxwzPI9-9x05APMJCxB7aiOlsh_hX_RCCUjKI7FlGaAgK5A8Ggi6/s400/Zila.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5132140784796215682" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Inevitavelmente, costumo mudar o conceito que tenho de uma pessoa em duas situações. Primeira, quando conheço pessoalmente alguém célebre, que antes era mito e vira gente de carne e osso. Segunda, quando alguém que conheço há muito tempo e que fez parte do meu dia-a-dia torna-se personalidade pública.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Zilá Maria Breitenbach é um caso do segundo tipo. Foi professora, igual minha mãe, e administrou a cidade que nasci, no noroeste gaúcho, por oito anos. Agora é deputada e preside o PSDB do Estado.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Viúva, Zilá é dona da rádio AM mais ouvida <st1:personname productid="em Três Passos" st="on">em Três Passos</st1:personname> e do jornalzinho semanal mais ajeitado da região. Certo que os dois veículos foram catalisadores de campanha e arrebanharam alguns dos 25 mil votos que ela recebeu em 2006. Entretanto, é inegável que a luz própria da professorinha parece brilhar cada vez mais.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A primeira vez que apertei teclas em urna eletrônica, digitei um seguro 45. Parecia a melhor alternativa. Nunca dialoguei com a chefe do Executivo local, mas era figurinha carimbada nos Jogos da Pátria, Blumenfest e Feira do Livro. Só me dei conta que ela voaria mais alto quando um funcionário do Ministério do Meio Ambiente de FHC soube localizar minha cidade no mapa.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Claro, Zilá esteve em Brasília recebendo prêmio pelo trabalho que faz <st1:personname productid="em Três Passos." st="on">em Três Passos.</st1:personname></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Foi um prenúncio. Se sua carreira política vai decolar, não sei. Mas parece que adentrou o Estado-Maior do Piratini. Vale a pena observá-la e aprender a escrever seu sobrenome.</p><br /><span style="font-size:78%;">Foto: Divulgação Palácio Piratini</span>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-91095936784432252582007-11-08T23:10:00.000-03:002007-11-09T00:08:16.316-03:00Ele sabia, óbvio que sabia.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzAQiGvyETRxoOm21pZvcS5yk9PNbhSZzlvCBVGuaSDQZRbLdS3Cg8_caa6MH9ur1_3xXCXapjnwbLOBsAGvQkMwqU_mOU6Yp66RXxXwNMXdAcPuRJ3MhqlsMUA-JgHBMmAml5zTEuPYV8/s1600-h/lula+boa.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzAQiGvyETRxoOm21pZvcS5yk9PNbhSZzlvCBVGuaSDQZRbLdS3Cg8_caa6MH9ur1_3xXCXapjnwbLOBsAGvQkMwqU_mOU6Yp66RXxXwNMXdAcPuRJ3MhqlsMUA-JgHBMmAml5zTEuPYV8/s400/lula+boa.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130669097072372066" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Como anunciado, voltei!</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O texto de retorno do Polipoliticus foi ensaiado ontem. Já estava matutando em busca de exemplos para criticar o nosso "equilibrista do Circo das Américas", mas travei a língua na hora certa. Minha idéia era comparar Lula com aquele tipo de adúltero resistente. Pode flagrar ele nu, na cama com outra, que a negação é peremptória - como diria José Dirceu, que adora essa palavra.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O porquê da comparação, já explico. O gás natural liquefeito está escasso. A indústria com medo de investir, os taxistas arrependidos por terem implantado o kit gás e as termoelétricas paradas por falta de combustível. O que ele brada, cuspindo-se todo: “É só acontecer uma coisinha que já querem acabar com tudo. Eu garanto que há energia suficiente para esse país crescer até <st1:metricconverter productid="2012”" st="on">2012”</st1:metricconverter>.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Como disse, pareceu-me um cafajeste profissional. Querendo esconder um elefante atrás de um poste. Mas ninguém contava com a cartinha na manga do paletó de grife. É óbvio que os executivos da Petrobrás sopraram na orelha de abano. A descoberta da reserva de petróleo imensurável no litoral paulista animou até moribundo. As ações preferenciais da petroleira, composta de capital misto, subiram mais de 16%.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ontem, não deveriam passar de uma dúzia os sabedores da boa nova, incluindo ele, que bancou o profeta.</p><span style="font-size:78%;"><br /></span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:78%;">Foto: Divulgação do Palácio do Planalto</span><br /></p>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-32060610971122127382007-10-16T07:32:00.000-03:002007-10-16T07:35:21.869-03:00Voltaremos!Olá,<br /><br />Peço desculpas pela falta de postes. Há 24 dias estou vivendo e trabalhando em Bento Gonçalves. Ainda sem internet. Em breve, novos textos no Polipoliticus.<br /><br />Abraços.Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-71117088294227081702007-09-28T10:16:00.000-03:002007-09-28T10:26:13.432-03:00A Cruzada dos neopentecostais.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji4r25tK5-oEYMC6B0mIWPxrVALy9-AlYKlY1d6mQt7xXhk4in28K9hmNfuA63AK5kegdxnrnUNvq2dVewUi7iE0TQK4Oyft3L7l8HUHnCKPfDIPq5FrfiVQHpHZ4cGgBryKxjoOxTHqkr/s1600-h/record.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5115243662688329714" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji4r25tK5-oEYMC6B0mIWPxrVALy9-AlYKlY1d6mQt7xXhk4in28K9hmNfuA63AK5kegdxnrnUNvq2dVewUi7iE0TQK4Oyft3L7l8HUHnCKPfDIPq5FrfiVQHpHZ4cGgBryKxjoOxTHqkr/s400/record.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Cutucar o fígado da Rede Globo até a emissora cair do trono: meta estabelecida pelo papa eletrônico Edir Macedo. Alguém duvida que ele triunfará? Tendo Deus como principal sponsor tudo fica mais fácil. Ontem foi dia de lançamento da Record News, canal aberto de notícias 24 horas. Em questão de meses, o grupo comunicacional pastoreado pelo bispo famigerado arrematou uma porção de veículos no Rio Grande do Sul. A TV e a rádio Guaíba, o centenário Correio do Povo e a TV Pampa de Santa Maria foram as maiores aquisições dos investidores do Todo Poderoso.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Ainda em Santa Maria, os sacerdotes midiáticos flertam, em um negócio misterioso, com os donos de A Razão, jornal com mais de 70 anos de história e que já foi de Chateaubriant. Pediram o levantamento técnico do que vale a estrutura setuagenária e puseram jornalistas da TV Record na redação. Fala-se em parceria. Os antigos diretores continuam, mas mudanças estruturais na empresa comandada pela família De Grandi indicam que a negociação avança.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">A imprensa, que tanto bateu na Igreja Universal, já está, em grande parte, na mão dos assistentes neopentecostais de Cristo. Eles pagam o salário de milhares de jornalistas e editam um número incontável de periódicos e noticiários. Em vez de combater, arrebanharam as ovelhas negras.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">A Record News trouxe consigo a provocação mais direta que alguém já deve ter feito ao império Global. Fica um conselho do signatário deste blog ao conglomerado dos Marinho: não despertem a ira divina, “Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:55).</div><div align="justify"> </div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-31945535135238494732007-09-20T14:54:00.001-03:002007-09-20T15:49:01.864-03:00A saudade meridional.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYOa2RD65-_e3S4CvECxfsNzQkSAF6PLB6qzkOVHkYIx5dMqumnIhL0ZstntFencLL54eNgLqzp2-0RqrcH1tkI4RvhZt-LI-diINNwCd_g_uqBtG_lBK9Xytj6rlbsNsutSaKqEVaCSO/s1600-h/Gaucho+argentino.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYOa2RD65-_e3S4CvECxfsNzQkSAF6PLB6qzkOVHkYIx5dMqumnIhL0ZstntFencLL54eNgLqzp2-0RqrcH1tkI4RvhZt-LI-diINNwCd_g_uqBtG_lBK9Xytj6rlbsNsutSaKqEVaCSO/s400/Gaucho+argentino.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112357186450497650" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Toda vez que cruzo o rio Uruguai e ando por ruas argentinas, tenho a impressão que voltei no tempo. Enxergo o Brasil de 1970, mesmo sem ter vivido esta década. Já cheguei a pensar que é proposital por parte deles. Parece que a nação governada por Kirchner não aceita a dura realidade econômica e os problemas sociais que lhes castiga hoje. Há uma saudade, apesar do vocábulo não constar no léxico castelhano.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>A eleição vem chegando e tenho uma sugestão àquele que pretende ocupar a Casa Rosada. A promessa que garante a vitória é: “No meu primeiro dia de governo, colocarei todos em uma máquina do tempo e voltaremos a 1955. Darei férias eternas, no caribe, aos generais golpistas e vou garantir uma bolsa de estudos, em Hanói, ao garoto Carlos Menem”. Pronto, os tempos áureos, dos quais se orgulham e evocam frequentemente, estariam de volta.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>Talvez ufanar-se do passado seja costume dessa gente do Sul do mundo. Essa dificuldade de apear do cavalo, de se resignar com a guaiaca vazia, de baixar a aba do chapéu é comum também no Rio Grande do Sul. Os últimos anos têm sido duros para a unidade federativa que já teve o maior Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>Hoje é 20 de setembro, dia em que se comemora a tomada de Porto Alegre pelas tropas da Revolução Farroupilha em 1835. Chove em todo o Estado. O padroeiro dos gaúchos não acordou de bom humor e encharcou bombachas e vestidos. Nem assim perdeu-se a oportunidade de laçar o passado e fazer de conta que o Rio Grande ainda é pujante, rebelde e rico. O peão da indústria que faliu quer voltar a ser peão de estância. O caminhão do desfile quer se transformar <st1:personname productid="em carroça. O" st="on">em carroça. O</st1:personname> piquete quer seguir cavalgando no final da avenida e declarar guerra.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>Que drama! Encarar mais de R$ 17 bilhões de dívida pública não é fácil. Dificilmente as lanças, mosquetes e carabinas ajudariam.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiBxMKys01e5rT20e8JvhXPwoARsfobCXczF1RPkOYMCJwGxRZpSY1VcCDIBeLMcIgQrYTu4kWRbPu82eNAgDZB3MBX99hzH1BS0wNU-KYVuZAnh4Vl0eNqTH-aqfLhW_1gKDqTZu8XZ4f/s1600-h/farrapos.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiBxMKys01e5rT20e8JvhXPwoARsfobCXczF1RPkOYMCJwGxRZpSY1VcCDIBeLMcIgQrYTu4kWRbPu82eNAgDZB3MBX99hzH1BS0wNU-KYVuZAnh4Vl0eNqTH-aqfLhW_1gKDqTZu8XZ4f/s400/farrapos.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112350155589034082" border="0" /></a></p><br /><p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><i>Sou gaúcho forte, campeando vivo</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><i>Livre das iras da ambição funesta;</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><i>Tenho por teto do meu rancho a palha,</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><i>Por leito o pala, ao dormir a sesta.</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><i>Monto a cavalo, na garupa a mala,</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><i>Facão na cinta, lá vou eu mui concho;</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><i>E nas carreiras, quem me faz mau jogo?</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><i>Quem, atrevido, me pisou no poncho?</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><a href="http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/biografias/autores/joao_simoes_lopes_neto"><span style="font-size:10;"></span></a><a style="font-weight: bold; color: rgb(51, 102, 255);" title="João Simões Lopes Neto">João Simões Lopes Neto</a></p> <span style="font-size:78%;"><br /><br />Fotos: 1) Gaúcho argentino do site http://www.oyitas.org.ar/; e 2) <i>Batalha de Farrapos </i>é um óleo de José Wasth Rodrigues que está na Pinacoteca Municipal de São Paulo.</span>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-432624492122546692007-09-13T19:37:00.000-03:002007-09-13T19:43:44.721-03:00E se fosse eu? (versão ilustrada).<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_XGoGcnbpFqU5Mm52qfOlOvWDin1a1L9k69GDCJjK45T1GjwJvNj0u19aEZ6UXhWSWE91Y6_-aNrUwcu1C_jw517VET22zsVEbEKLyWRhRlIJj0Q3SJPPZD0Rx9l1AaJV2nlznHgr__My/s1600-h/raposa+betinho.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_XGoGcnbpFqU5Mm52qfOlOvWDin1a1L9k69GDCJjK45T1GjwJvNj0u19aEZ6UXhWSWE91Y6_-aNrUwcu1C_jw517VET22zsVEbEKLyWRhRlIJj0Q3SJPPZD0Rx9l1AaJV2nlznHgr__My/s320/raposa+betinho.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5109822264477716146" border="0" /></a><br /><span class="on" style="display: block;" id="formatbar_Add_Image" title="Adicionar imagem" onmouseover="ButtonHoverOn(this);" onmouseout="ButtonHoverOff(this);" onmouseup="addImage();" onmousedown="CheckFormatting(event);;ButtonMouseDown(this);"><br />Colaboração do publicitário e ilustrador Sérgio Alberto Righi encomendada pelo Polipoliticus.<br /></span>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-4395897860678976142007-09-13T11:58:00.000-03:002007-09-13T19:37:39.544-03:00E se fosse eu?.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2piWiX81Zs6DW1yGwcYYHBQS8CO4Fy5FJ1ws7TBd3alZeZMuJHfS4vSoOzIF39ZcwRxjgxyttr666ikJNxRymW2BeIXKzlaLFBiXEGMh43P7ZC-t9f4YhXG-jVxnf1QV5pN7pKfqdZyeO/s1600-h/privada.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2piWiX81Zs6DW1yGwcYYHBQS8CO4Fy5FJ1ws7TBd3alZeZMuJHfS4vSoOzIF39ZcwRxjgxyttr666ikJNxRymW2BeIXKzlaLFBiXEGMh43P7ZC-t9f4YhXG-jVxnf1QV5pN7pKfqdZyeO/s320/privada.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5109821263750336162" border="0" /></a><br /><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A empatia triunfou. Viva a solidariedade!<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>Ontem, foi dia de se imaginar na pele de Renan. A mídia esperneou, mas nada substitui o “pai crítico”, aquele corregedor interno e subjetivo, no pé do ouvido. Afinal, a secretária, a balconista, a sobrinha ou a colega poderia ter feito o mesmo que fez a jornalista. O Gonçalves e o Gonçalo, grandes companheiros, poderiam ser o Gontijo. A implicância poderia ter sido com as cabritas ou com as capivaras, em vez dos terneiros.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>A auto-análise e a imagem que os senadores (aqueles que votaram contra a cassação) têm de si mesmos não lhes permitiu abrir o cadafalso. Quem absolveu o presidente do Senado ouviu o “pai crítico” (alguns o chamam de consciência) argumentar, lá das profundezas das notas frias e laranjadas: Aquele que nunca pecou que atire a primeira pedra. Quem é vossa excelência, malandro fino, para condenar seu par?<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>Para aqueles que votaram a favor da perda do mandato, restou uma dúvida:<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>O que é que vou dizer lá em casa?</p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:78%;">Foto: <a href="http://www.anuleseuvoto.com/">www.anuleseuvoto.com</a> (charge "ambiente de trabalho no Congresso")</span><br /></p>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-23065959904488344332007-09-01T13:06:00.000-03:002007-09-03T19:03:18.371-03:00Quem tem cargo tem medo.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO8KVu1YUrjteMW98xMByedQ8h447dU9McC6p6n3JLnFc89JddzriHFqNWprXadLUwq93ulBElEpcjXiMsycDCAVNUCrYj5F7SGFq_hN4lj6c5HSOSBmHJHZvapk01P9DUrnunWXHTbXcY/s1600-h/ouvido_critico.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5105286012224479362" style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO8KVu1YUrjteMW98xMByedQ8h447dU9McC6p6n3JLnFc89JddzriHFqNWprXadLUwq93ulBElEpcjXiMsycDCAVNUCrYj5F7SGFq_hN4lj6c5HSOSBmHJHZvapk01P9DUrnunWXHTbXcY/s400/ouvido_critico.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Alguns ovacionaram a repórter Vera Magalhães pelo oportunismo (no bom sentido). Enquanto outros se puseram no lugar de Lewandowski, o ministro pilhado, repudiando a técnica utilizada na reportagem que rendeu manchete na Folha de São Paulo da última quinta-feira: <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u324225.shtml">"Tendência era amaciar para Dirceu", diz ministro do STF</a>.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O ouvido atento da jornalista e a minuciosa descrição, com detalhes do cenário em que tudo aconteceu, não deixaram margens para que o magistrado do STF negasse o diálogo que a reportagem narra. Vera sabia muito bem da relevância das informações que ouvira e <a href="http://novoemfolha.folha.blog.uol.com.br/arch2007-08-26_2007-09-01.html#2007_08-31_12_45_22-11540919-28">disse</a> que se sentiu gratificada com a grande repercussão do texto.</div><br /><div align="justify">A <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/ombudsman/criticadiaria/ult10000u324371.shtml">crítica</a> do ombudsman do jornal, Mário Magalhães, apoiou a decisão da Folha em publicar a matéria. Segundo ele, o ministro exerce função pública, estava em um lugar público e as informações em jogo eram de legítimo interesse público.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Entretanto, Lewandowski não foi ouvido na apuração de Vera Magalhães. Fiquei imaginando o susto do ministro quando leu o jornal. Estampado no periódico de maior circulação nacional a marca do vinho que tomara e o clip que tocara às suas costas no restaurante em que estivera na noite anterior.<br /></div><br /><div align="justify">O <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u324427.shtml">outro lado</a> só veio no dia seguinte. De uma extensa entrevista, destaco o trecho: "[No telefonema no restaurante] eu estava com a minha esposa, com quem sou casado há 30 anos. Nunca vi o Kakay [citado na matéria]. Informar o vinho que eu tomei, o que eu comi... Amanhã a imprensa estará fuçando no meu lixo para saber que tipo de remédio estou tomando. Se isso acontecer, é um país onde eu não quero viver e onde não gostaria que os meus filhos vivessem, em que a invasão de privacidade chega a este nível".</div><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Quem delimita a vida pública e privada? Até onde se pode ir? Não consigo argumentos fortes para discordar do ombudsman, tampouco de Lewandowski. Só temos certeza de uma coisa: depois da última quinta-feira, tem gente em Brasília sussurrando até para pedir Coca-Coca.</div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-24563545858135109092007-08-23T22:35:00.000-03:002007-08-23T22:48:56.037-03:00Cores e texturas do desmonte.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtwtlY3ZZLBCVUIUsYxrR4Tym5Tlv_xAnOb89al63zOzkJHKnz8H0ZE7ptBMSHZbhZaXJrmipFQCK3GD7KPSvlVcLW5pYbnfT6LAnMocC2qYidrNPLR_RMPHlGZZRp2hBX7UVtMtMxpleC/s1600-h/ajudaperu.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtwtlY3ZZLBCVUIUsYxrR4Tym5Tlv_xAnOb89al63zOzkJHKnz8H0ZE7ptBMSHZbhZaXJrmipFQCK3GD7KPSvlVcLW5pYbnfT6LAnMocC2qYidrNPLR_RMPHlGZZRp2hBX7UVtMtMxpleC/s400/ajudaperu.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5102075300832419954" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><br />Quem tiver cinco minutos e quiser ver algumas imagens registradas na tragédia peruana, pode clicar <a href="http://s20133.gridserver.com/peruenemergencia/index.html">aqui</a>. São 49 fotografias impressionantes tiradas desde o dia do terremoto, 15 de agosto. O recurso multimídia é oferecido pelo sítio na internet do jornal “El Comercio”. A foto acima foi feita por Lino Chipana, em Pisco, três dias depois do tremor mais forte.</div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-63993028165983357622007-08-22T00:30:00.000-03:002007-08-22T12:56:16.322-03:00Duro na queda<div align="justify">.<br /><br /><br /></div><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZtmPscJVt2SxAieoJpKCfGB0nUjeIyfHtH1-crQ3aWZ4VlrvwZ1fWCo6dsyyw0M9-NN8S_noILb9ezZWJKGssUvmsfXBm357EVm7Y_ewKEGjR2Wr9TEHKNkWH7EwVxY7Z05ZDY5rfucGq/s1600-h/chargerenan.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5101362787232850018" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZtmPscJVt2SxAieoJpKCfGB0nUjeIyfHtH1-crQ3aWZ4VlrvwZ1fWCo6dsyyw0M9-NN8S_noILb9ezZWJKGssUvmsfXBm357EVm7Y_ewKEGjR2Wr9TEHKNkWH7EwVxY7Z05ZDY5rfucGq/s400/chargerenan.jpg" border="0" /></a></p><p></p><p align="justify"><br /><br />Já se passaram três meses. E ele resistiu. Mas Renan ainda vai precisar de muita força e manobra política para se manter onde está. O novo relatório do caso Mônica/Gontijo/boiada já está sendo redigido e recomendará sua cassação. Entretanto, primeiro o relatório precisa ser aprovado em votação aberta, no Conselho de Ética, e depois em votação secreta no plenário do Senado. Dizem que Renan já conta perdida a primeira batalha, mas confia na decisão final, onde ninguém precisa mostrar a cara para livrá-lo do execramento.</p><p align="justify">Tentei descobrir o autor da charge, mas outra vez fico devendo os créditos. Se alguém reconhece a assinatura, por favor, deixe um comentário.</p><p align="justify"></p>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-37315670336643125782007-08-21T15:34:00.000-03:002007-08-21T15:54:46.867-03:00O Homem Vertical.<br /><br /><a href="http://br.youtube.com/watch?v=1rZKthPAyes"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5101226731258847314" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYC6mCKAuoH7VcLTynJtzx6H78OtvvossD8rtNhXFwH2qhxxKyCNuaWKhqyUs52wypOmgLuT3GVrkpiprO2RsFUzpsfRoAmDXNeJzY2E8ievyb2rfqwF4zYXyg0Udr2eU6Z1Is-UdQX564/s400/document%C3%A1rio.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Esse é o título do documentário que está sendo produzido pelo estudante de economia e cineasta acidental, como costuma se apresentar, André Perfeito. Seu objetivo é tentar responder “como se faz política no Brasil”. Saiu gravando com grana do bolso (do pai) e coletou imagens de Roberto Jefferson, José Dirceu, entre outros famigerados.<br /><br />Quem sabe você já ouviu falar de “O Homem Vertical”, que, antes de ser lançado, já resultou em <a href="http://ohomemvertical.blig.ig.com.br/">blog</a> no portal IG. Entretanto, se ainda não viu o <em>teaser</em>, vale a pena clicar na foto acima.<br /><br />Destaque para a cueca imunda que Roberto Jefferson lava diante da câmera: “O caixa dois financia igreja, financia evento esportivo, financia o Carnaval. É uma espécie de jogo do bicho. A sociedade sabe que existe, mas é um mal menor”.<br /><br />E, quem tem um tempinho sobrando, pode visitar os blogs de dois “homens verticais”:<br /><br /><a href="http://www.blogdojefferson.com/index.aspx">Roberto Jefferson<br /></a><br /><a href="http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=blogsection&amp;amp;id=11&Itemid=37">José Dirceu</a></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:78%;">Foto: Jornal do Senado</span></div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-55435853247879673102007-08-20T18:47:00.000-03:002007-08-20T19:03:25.741-03:00Chacais da solidariedade.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-7-5xL05wAN0jeCfTumdM-zJm0Y21pz6HPuTED-d-qADyGl5CKdlAEHKgUx-ooZhwcgkECZxgQmmojX6tAU6Bg5Mdeh0_qU4F2pIS2dY7IInqVQH2pq1HjljO6g89XZ1kfJhdKwnq5pG_/s1600-h/peruanos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5100902942264336434" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-7-5xL05wAN0jeCfTumdM-zJm0Y21pz6HPuTED-d-qADyGl5CKdlAEHKgUx-ooZhwcgkECZxgQmmojX6tAU6Bg5Mdeh0_qU4F2pIS2dY7IInqVQH2pq1HjljO6g89XZ1kfJhdKwnq5pG_/s400/peruanos.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><br />O drama é enorme. Mortos, feridos, desabrigados, famintos, carentes de tudo o que se possa imaginar. Assim ficaram os habitantes do pedacinho do litoral peruano desmontado pelo terremoto da última quarta-feira. Entidades internacionais e outros países logo se dispuseram a ajudar. Quem pode mais deu dinheiro: Bento 16 abriu a mão e mandou US$ 200 mil, Bush liberou US$ 100 mil na primeira hora, os chineses US$ 300 mil, além de outros US$ 50 mil já enviados pela Cruz Vermelha. A ONU arrecadou US$ 1 milhão e a União Européia mais US$ 1,35 milhões para os peruanos. Os amigos mais pobres, como o Brasil, juntaram alimentos, cobertores, barracas, gente e o que mais tinham disponível para mandar à região atingida. Cinco dias depois do grande tremor, a ajuda humanitária já chega a 670 toneladas de suprimentos.<br /><br />Parece que o mundo assumiu a responsabilidade de auxiliar o Peru, onde 60% da população são pobres. Entretanto, a comida, que chega de forma desordenada às vítimas, não vem investida só de amor e caridade. O caos instalado pelo abalo sísmico vem oportunizando a ação estratégica das forças políticas. Uma doação não deixa de ser demonstração de poder e superioridade. Mais: pode virar proselitismo. Hoje de manhã (segunda-feira) o presidente peruano, Alan Garcia, irritou-se ao saber que latas de alimentos estavam sendo entregues com etiquetas que identificam os doadores “Humala” e “Chávez” (presidente venezuelano). “Não é o momento de fazer propaganda eleitoral encima da tragédia humana. Deve-se levar ajuda sem lembretes”, frisou Garcia, que derrotou Ollanta Humala, em segundo turno, no ano passado.<br /><br />Por aqui, o terremoto no departamento de Ica tem ocupado espaço em todos os veículos de comunicação de alcance nacional e regional. A tragédia parece estar sendo mais bem relatada pelos jornais impressos que pela televisão. Rodrigo Lopes, editor de Internacional de Zero Hora e enviado especial da RBS, vem publicando <a href="http://www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&amp;amp;amp;amp;edition=8302&template=&start=1§ion=&source=a1594111.xml&amp;amp;amp;channel=9&id=&titanterior=&content=&menu=23&themeid=§ionid=&suppid=&fromdate=&todate=&modovisual=">textos</a>, em estilo quase literário, que emocionam pelos detalhes descritivos. A Folha de São Paulo mandou Raul Juste Lores, que <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u321515.shtml">situa muito bem o leitor</a>, tanto histórica como geograficamente. As limitações de tempo na televisão parecem asfixiar as <a href="http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM716886-7823-FIQUEI+AGACHADO+ESPERANDO+A+MORTE,00.html">matérias da Globo</a>. Ari Peixoto vem atropelando as palavras, quase sincopadas. Ademais, repete informações que os jornais impressos já publicaram há dois ou três dias.<br /><br />O sítio na internet do jornal peruano <a href="http://www.elcomercio.com.pe/ediciononline/onlineindex.html">El Comercio</a>, editado em Lima, tem feito uma cobertura completa e em tempo real da catástrofe natural.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-size:78%;"><br /><br /><br /><br />Foto: Televisa Internacional</span></div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-78355289942704120592007-08-14T15:02:00.000-03:002007-08-20T23:12:22.976-03:00Poder e atenção centralizados.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-ndMqiBN44wmOtlJzkkvP3uDebATVciQGM8DYPH1AhNBFUpYBuD09NS-vXBBqcKd5BkRoS7rNoGEL_pF8oPQp11n6MftaOyPCHMpI00C8OHopoaplynYDrmuXXyUiJXCF97kIS_HCNuTW/s1600-h/mulhervenezuela.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5098621787466475906" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-ndMqiBN44wmOtlJzkkvP3uDebATVciQGM8DYPH1AhNBFUpYBuD09NS-vXBBqcKd5BkRoS7rNoGEL_pF8oPQp11n6MftaOyPCHMpI00C8OHopoaplynYDrmuXXyUiJXCF97kIS_HCNuTW/s400/mulhervenezuela.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div align="justify">Não faltam informações sobre Hugo Chávez. Por onde anda, quem ele xinga, com quem se encontra... Porém, sinto um vazio na cobertura dos jornais brasileiros a respeito da Venezuela. Um país não se resume ao presidente. Nossa imprensa, a meu ver, está preocupada em emitir um juízo de valor. O leitor/ouvinte/espectador vê-se obrigado a tomar posição em questões que já perderam o contexto: o homem é, ou não, um ditador? Você é a favor ou contra Chávez?<br /><br />Se alguém se dispõe a bancar, viajo amanhã para a República Bolivariana e alimento o Polipoliticus de lá. Quero saber o que realmente está mudando na vida do povo. Para a maioria, melhorou ou piorou? A que tipo de educação e assistência médica o pobre tem acesso? Que empresas privadas restam por lá? Que elas fazem ou pensam fazer com as mudanças no sistema? Quais as restrições de direitos civis e políticos aos cidadãos?<br /><br />Reitero minha sugestão de link para saber um pouquinho sobre o país mais turbulento da América Latina. A versão online do jornal <a href="http://caracas.eluniversal.com/">El Universal</a> critica Chávez, mas o reconhece como presidente legítimo. <a href="http://archivo.eluniversal.com/2007/07/23/pol_esp_gonzalez-urbaneja:-c_23A903897.shtml">Aqui</a> você tem a opinião do Presidente da Associação de Imprensa de Madrid sobre o caso da RCTV e <a href="http://caracas.eluniversal.com/2007/06/21/ccs_fot_viaducto-hecho-reali_21A888641.shtml">aqui</a> você confere a galeria de fotos da inauguração de um viaduto, construído pelo governo, que liga Caracas ao litoral.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br /><br /><span style="font-size:78%;">Foto: </span><a href="http://www.primeiralinha.org/destaques/PCvenezuela.htm"><span style="font-size:78%;">www.primeiralinha.org/destaques/PCvenezuela.htm</span></a></div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-16250924389635478682007-07-27T14:44:00.000-03:002007-07-27T14:56:45.643-03:00O mundo gira, gira....<br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSUJnvvDay9gxbHsC_H1EBRJrHKCQIGn3Tn68XmCYYBIGBatcbb1OMb1gaQYXEH_-py2UdL6DlqIJVugQqbAuj_ypsyMcIKv50EuiNnMV9sEFb9i16WMt0-n2Z-w54IO5GtFqxpWcH_SK0/s1600-h/jobimboa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5091935962200648050" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSUJnvvDay9gxbHsC_H1EBRJrHKCQIGn3Tn68XmCYYBIGBatcbb1OMb1gaQYXEH_-py2UdL6DlqIJVugQqbAuj_ypsyMcIKv50EuiNnMV9sEFb9i16WMt0-n2Z-w54IO5GtFqxpWcH_SK0/s400/jobimboa.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div align="justify">Nelson Jobim não tem nada de louco, sabe que pior não ficará. A crise geral no sistema aeroviário chegou ao fundo do poço. Só aceitou o convite – depois de fazer charme – porque percebeu a fragilidade que abate o Planalto. Nosso cocheiro-chefe, de rédeas frouxas, acabou abrindo espaço para uma mão firme, uma voz austera. O novo ministro da Defesa já mostrou que diz aquilo que Lula, o bonzinho, não tem coragem de dizer. Na posse, sentenciou: “Se você errou, não peça desculpas, não se arrependa, não diga nada. Aja, ou saia. Faça, ou vá embora”. No lugar de Waldir Pires, qualquer um teria ruborizado.<br /><br />Em março deste ano, o ex-ministro da Justiça de FHC foi forçado a jogar a toalha na disputa com Michel Temer pela presidência do PMDB. Viu suas chances de se candidatar ao Planalto diluídas. Nunca esperou que o mundo girasse e montasse essa situação. Com a habilidade e seriedade que tem demonstrado na gestão da crise, a grua em que Jobim subiu em Congonhas pode levá-lo ao palanque (<a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/galeria/galeria-20070727-vistoria.shtml">veja a galeria de fotos da Folha Online</a>).<br /><br />O ex-presidente do STF não precisa fazer currículo. Fez mais do que assumir um cargo, sabe que pode estar em um trampolim. Pôs capacete e máscara, atravessou caminhando a Avenida Washington Luís e foi conferir de perto o palco do drama que desestabilizou a nação. Jobim subiu em ruínas para ver escombros, e foi visto por milhões de leitores e expectadores da mídia, que tem demonstrado competência (apesar da esquizofrenia). A conjuntura promete render popularidade àquele que administrar o caos.<br /><br />Todos sabem que o novo ministro era candidato declarado para 2010 há poucos meses. Como teria sido a negociação com Lula? Que propostas e contrapropostas teriam surgido nas três vezes em que foi convidado para segurar o abacaxi do governo?</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:78%;"></span></div><span style="font-size:78%;"><div align="left"><br /><br /><br />Foto: </span><a href="http://www.americas-society.org/coa/publications/News/Newsindex2005.html"><span style="font-size:78%;">http://www.americas-society.org/coa/publications/News/Newsindex2005.html</span></a></div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-66607567049067108132007-07-26T15:52:00.000-03:002007-07-27T02:19:08.694-03:00López Obrador e a caravana proselitista.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-cgOGuiqbFAJB9SXfA2D0vOEw3-oSj2PDzcIHMcHpwO1hQYAyM1Xm4M8tzIoJQiha0nZTm2pN5AVm3l3HFg6G1kyF78cX6b-VNUo3RbqOsaSyMmjEWXWnB9PW9MgP-d52vQfxEWp566UJ/s1600-h/obrador+2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5091584771314788690" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-cgOGuiqbFAJB9SXfA2D0vOEw3-oSj2PDzcIHMcHpwO1hQYAyM1Xm4M8tzIoJQiha0nZTm2pN5AVm3l3HFg6G1kyF78cX6b-VNUo3RbqOsaSyMmjEWXWnB9PW9MgP-d52vQfxEWp566UJ/s400/obrador+2.jpg" border="0" /></a> <div><br /><br /><p align="justify">Há uma semana, tive a oportunidade de ouvir <a href="http://www.sicytar.secyt.gov.ar/busqueda/prc_imp_cv_int?f_cod=0000816060">Beatriz Rajland</a>, pesquisadora social na área de Direito Político e professora da Universidade de Buenos Aires (UBA), sobre a atual situação política mexicana. Mais especificamente, sobre as movimentações articuladas pelo candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, Andrés Manuel López Obrador, também conhecido pela sigla AMLO. A derrota nas urnas, por aproximadamente 200 mil votos, em 2006, não foi reconhecida pelo candidato, que se auto-intitula “presidente legítimo”. Desde que anunciada oficialmente a vitória de Felipe Calderón (PAN), Obrador iniciou uma marcha pelo território nacional com caráter proselitista. A agenda e informações sobre o movimento podem ser acompanhadas por meio do sítio oficial na <a href="http://www.amlo.org.mx/">internet</a>.<br /><br />Rajland visitou recentemente a cidade de Puebla e o Distrito Federal mexicano e se diz surpreendida com o fenômeno que constatou. “Observamos, em AMLO, um processo inverso ao de institucionalização. Depois de deixar o cargo de prefeito da Cidade do México, López Obrador reuniu as forças do PRD (Partido da Revolução Democrática) para a campanha presidencial, e agora se integra aos movimentos sociais de base. Ele visita Estado por Estado para debater com o povo mexicano em grandes reuniões. Ou seja, um caminho neste sentido: Estado – partido político – movimentos sociais”, conclui Rajland, que define Obrador como populista. Sobre a polêmica eleição, a docente argentina é enfática, “Ninguém ganha por uma diferença de 0,5%. Seguramente houve fraude”.<br /><br />Concretamente, o que se pode afirmar é que AMLO tem conquistado aliados e vem se confirmando como uma força não-eventual de esquerda. Depois de romper com os setores empresariais que o apoiaram na eleição, demonstra uma radicalização no discurso. Sua postura resultou em algumas baixas, mas também cooptou esquerdistas e até membros do movimento zapatista, de tendências anarquistas. Marcos [principal porta-voz zapatista] afirmou, no ano passado, que aqueles que apoiassem Obrador deveriam deixar o movimento. Alguns migraram, outros se mantêm em ambos.<br /><br />Sobre as conseqüências da movimentação política de López Obrador, Rajland não prevê efeitos imediatos. “Se as eleições estivessem próximas, poderíamos esperar algo, mas Calderón ainda tem cinco anos e meio de mandato [no México são seis anos]”. Não obstante, convém prestarmos atenção à mobilização crescente dos mexicanos, já que o país mostra-se dividido, tanto política com economicamente. Enquanto a renda per capita anual dos Estados de Monterrey e Leon (norte) é de US$ 15 mil, em Chiapas (sul), não passa de US$ 2 mil. Reduto zapatista, Chiapas é um dos Estados mais pobres, junto de Oaxaca e Yucatán. Cerca de 42% da população é indígena e a taxa de analfabetismo chega a 23%.<br /><br />Enfim, o México apresenta um cenário que urge por transformações sociais. Entretanto, Calderón vem priorizando a segurança e o combate ao narcotráfico, deixando os projetos sociais em segundo plano. Diante do quadro, López Obrador vê sua militância engrossar e a força crescer. A foto abaixo confirma que ele não está sozinho quando questiona a legitimidade do presidente em exercício. </p><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5091585076257466722" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1FrTRrIZPERUb-zD5nyJNux9SXbehJnbI-2M-xvsb2lWgEvN6eBNJbbwN39dNMaL3tNHjpoURZ1_z54OuENwdBD8Gm_m-afDh3N_YV8YJ3tx_ultSpazwl-d72QL-Hze-7eu1TonucWC5/s400/mexico+povo.jpg" border="0" /><br /><p align="justify"></p><br /><br /><br /><p align="justify"><span style="font-size:78%;">Fotos: Sítio de divulgação do movimento AMLO (</span><a href="http://www.amlo.org.mx/"><span style="font-size:78%;">www.amlo.org.mx</span></a><span style="font-size:78%;">)</span></p></div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1060621274457979276.post-63834461708052552202007-07-23T16:39:00.000-03:002007-07-26T00:38:05.467-03:00Que é peronismo?.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1IPsmSRM4oT9xS15dY7IwrwdNNwRZb9iNg5IWAf4oGSC7NsW_q9JCvLZzGYqmE9rAu0VedE1tKKt8xtaQAd-PX8W2wH36vyL55H-wem6to_d8G4qxA6sLbgdDO5DDfbvtJyfjKu9D6yuf/s1600-h/Perón.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5090481261072460082" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1IPsmSRM4oT9xS15dY7IwrwdNNwRZb9iNg5IWAf4oGSC7NsW_q9JCvLZzGYqmE9rAu0VedE1tKKt8xtaQAd-PX8W2wH36vyL55H-wem6to_d8G4qxA6sLbgdDO5DDfbvtJyfjKu9D6yuf/s400/Per%C3%B3n.jpg" border="0" /></a><br /><br /><p align="justify">Provavelmente poucos se atrevem a responder imediatamente. Nem mesmo as explicações complexas da academia argentina dão conta de esgotar esse fenômeno político-social-histórico que permeia o país desde 1944. Foi nesse ano que o coronel Juan Domingo Perón, um dos líderes do regime militar implantado em junho de 1943, começa a se destacar como diretor do Departamento Nacional do Trabalho. Um posto que lhe rendeu uma popularidade ímpar e possibilitou sua eleição em 1944, com a redemocratização da Argentina. Foi a gênese de um processo que dividiu o país em ANTES e DEPOIS de Perón.<br /><br />O regime implantado sob o comando do novo presidente em 1946 tinha suas idiossincrasias. Perón sustentava amplo apoio da massa operária e tentava estabelecer um cenário unânime, sem oposição, sem pluralismo. O primeiro mandato (1946 – 1950) seguiu a fórmula de “Comunidade Organizada” que consistia em uma união policlassista sob os olhos do governo, na qual o Estado operava como intermediário na relação entre a organização dos empresários e a central sindical. Já o segundo mandato, para o qual se reelegeu em 1950, foi interrompido em 1952 pela Revolução Libertadora, organizada pelas forças armadas e setores civis opositores (partidos menores e Igreja Católica). Lá foi Perón para o exílio do qual voltaria somente em junho de 1973.<br /><br />Ao retornar, Perón concorre ao lado de Isabel, sua segunda esposa, e vence mais um pleito. Mas a Argentina não era mais a mesma, nem o peronismo, que se encontrava dividido entre direita e esquerda. Burocratas sindicais representavam os destros, enquanto a Juventude Peronista conformava os blocos canhotos, revolucionários, socialistas, guerrilheiros. O retorno do grande líder – em 20 de junho de 1973, no aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires – revelou o clima interno do movimento. Os setores opostos lutaram por espaços próximos ao palco em que discursaria o "pai adorado". O empurra-empurra se transformou em troca de tiros que resultou em aproximadamente 13 mortos e 365 feridos. Uma situação contraditória e paradoxal. Todos peronistas, mas inimigos políticos. A ruptura no movimento se mostrou irreversível e, ademais, recrudesceu com o passar do tempo. O grande líder, já debilitado fisicamente, morreu menos de um ano depois, transformando-se em mito.<br /><br />E hoje, quem são os peronistas? A grande maioria dos atores políticos de relevância na Argentina é do <a href="http://www.pj.org.ar/">Partido Justicialista</a> (PJ), fundado por Juan Perón em 1946. Entretanto, muitos são opositores entre si e brigam pela herança (popularidade e votos) do casal eternizado no imaginário coletivo (Perón e Evita). Cada corrente faz a sua interpretação do movimento, o que resulta em direitistas e esquerdistas que se dizem peronistas, tal qual na década de 1970. A falta de consenso é tão grande que em 2003 a Justiça permitiu que três candidatos concorressem à Presidência argentina pelo partido P A R T I D O. O ex-ministro da economia do atual governo e candidato a presidente Eduardo Lavagna é peronista, Menem é peronista, Kirchner e Cristina também são. Não se entendem nem para eleger a direção do PJ, que está sob intervenção judicial desde 2005, muito menos para <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u314070.shtml">escolher um candidato único</a> ao pleito presidencial de outubro.<br /><br />A idéia do grande líder carismático e populista era simples: <strong>A Argentina deve ser peronista</strong>. Patrões e empregados, liberais e comunistas, jovens e velhos, torcedores do Boca e do River. Com esse intuito, Perón, orador hábil e eloqüente, dirigia seus discursos para todos. A ambigüidade e amplitude de suas posturas permitiram que arrebanhasse uma enorme parte da nação. Para ele, quem era antiperonista era antipátria.</p><p align="justify">Obviamente, não deu certo. Uma democracia não pode e não deve ser unânime, a oposição é salutar e o pluralismo de forças e opiniões é bem-vindo em um regime que respeita a liberdade civil e política. Os descontentes precisam ter vez para bradar, chance para opinar. Se não, estouram de forma menos civilizada.</p><br /><div></div><br /><div></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:78%;">Foto: Wikipédia</span></div>Gustavo H. Hennemannhttp://www.blogger.com/profile/06772836369047815198noreply@blogger.com2